O ácido ursólico é um composto natural que se encontra na pele de muitas frutas e ervas, como as maçãs, o alecrim e a alfazema. Tem sido utilizado durante séculos na medicina tradicional pelos seus benefícios para a saúde, incluindo propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.
Atualmente, está a ser estudado pelo seu potencial no tratamento de várias doenças, como o cancro, a diabetes e a obesidade. Além disso, verificou-se que tem efeitos positivos na saúde da pele e dos músculos. Por conseguinte, tornou-se popular em produtos cosméticos e suplementos alimentares, tirando partido dos seus múltiplos benefícios para o bem-estar geral.
O que é o ácido ursólico?
O ácido ursólico é um componente natural, um triterpenóide pertencente à classe dos ácidos oleanólicos, que está presente na cutícula de várias espécies vegetais.
A sua utilização tradicional tem sido associada às suas propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e hepatoprotectoras, sendo atualmente objeto de investigação devido ao seu amplo espetro de actividades biológicas. Estudos recentes demonstraram o seu potencial no tratamento de doenças como o cancro, a diabetes e a obesidade, bem como na melhoria da saúde da pele e dos músculos esqueléticos. O seu mecanismo de ação envolve a modulação de várias vias celulares e moleculares, incluindo a regulação das principais vias de sinalização celular, o que o posiciona como um composto promissor na procura de novas terapias e agentes terapêuticos.
As principais fontes alimentares de ácido ursólico são:
Maçãs (especialmente a pele).
Mirtilos.
Peras.
Ameixas.
Romero.
Tomilho.
Oregãos.
Basil.
Lavanda
Espinafres.
Cascas de pepino.
Azeitonas.
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Quais são os benefícios do ácido ursólico?
Devido ao seu mecanismo de ação, o ácido ursólico é um composto multifacetado com grande potencial terapêutico em vários contextos de saúde. Entre os principais benefícios que lhe estão associados, destacam-se os seguintes:
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Efeito antioxidante: protege as células contra os danos causados pelos radicais livres e outros agentes oxidantes. Neutraliza os radicais livres e previne o stress oxidativo, o que contribui para a saúde celular e para a prevenção de doenças relacionadas com o stress oxidativo, como as doenças cardiovasculares e o cancro.
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Efeito anti-inflamatório: também demonstrou ter propriedades anti-inflamatórias, inibindo a produção de mediadores inflamatórios e reduzindo a expressão de genes pró-inflamatórios. Diminui a ativação do fator de transcrição NF-κB, que desempenha um papel crucial na resposta inflamatória. Ajuda a reduzir a inflamação no organismo e pode ser benéfico no tratamento de doenças inflamatórias crónicas, como a artrite e a doença inflamatória intestinal.
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Propriedades anticancerígenas: O ácido ursólico reduz a proliferação celular e induz a apoptose nas células cancerígenas. Isto sugere o seu potencial na prevenção e no tratamento do cancro, retardando o crescimento e a propagação das células malignas e promovendo a sua morte programada.
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Melhora a sensibilidade à insulina: melhora a sensibilidade à insulina, aumentando a translocação dos transportadores de glicose para as células e melhorando a sinalização da insulina. É positivo para a regulação dos níveis de glicose no sangue e pode ser benéfico no tratamento da diabetes de tipo 2 e da resistência à insulina.
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Redução da adipogénese: inibe a formação de novas células adiposas e reduz a acumulação de tecido adiposo, modulando a expressão de genes relacionados com a adipogénese e a lipogénese. É útil na gestão do peso e no controlo da obesidade, limitando o aumento de peso e a acumulação de gordura corporal.
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Apoia a recuperação muscular: protege contra os danos musculares induzidos pelo exercício, reduzindo a inflamação e o stress oxidativo nos músculos. Também promove a síntese de proteínas musculares e a regeneração muscular, o que pode melhorar a recuperação muscular e a força muscular geral.
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Melhoria da composição corporal: O ácido ursólico demonstrou potencial para melhorar a composição corporal, incluindo a redução da gordura corporal e o aumento da massa muscular. Actua aumentando a atividade da proteína mTOR, que é crucial para a síntese de proteínas musculares.
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Propriedades antimicrobianas: as suas propriedades antimicrobianas devem-se a vários mecanismos, incluindo a rutura das membranas celulares microbianas, a inibição de enzimas essenciais para os microrganismos e a modulação do sistema imunitário do hospedeiro para combater a infeção.
O ácido ursólico é um composto com múltiplos benefícios potenciais apoiados por evidências científicas actuais. No entanto, a maioria dos estudos foram estudos pré-clínicos ou em animais, e seria necessária mais investigação em humanos para confirmar estes efeitos e determinar doses óptimas e seguras.
Qual é a dose recomendada?
As doses podem variar consoante a forma de administração, a concentração do produto e a resposta individual de cada pessoa. As doses mais comuns variam entre 300-450 mg por dia (distribuídos por 2-3 vezes por dia, tomados às refeições). Embora alguns estudos tenham utilizado doses mais baixas de 50-150 mg por dia. Estas doses são comuns nas primeiras investigações sobre os efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios do ácido ursólico.
No entanto, os efeitos do ácido ursólico na composição corporal, na obesidade e na saúde muscular foram também investigados em vários estudos. Estes estudos utilizam frequentemente doses mais elevadas, até 450 mg por dia.
Para além de ser obtido naturalmente a partir das principais fontes alimentares que o contêm, o ácido ursólico pode também ser obtido através da toma de suplementos sob diversas formas, como cápsulas, pós ou extractos líquidos.
Contra-indicações do ácido ursólico
O ácido ursólico é considerado seguro quando consumido em doses adequadas, embora possa ter algumas contra-indicações e deva ser usado com precaução em combinação com outros suplementos. Destacam-se as seguintes situações:
Alergias: As pessoas com alergias conhecidas a plantas que contêm ácido ursólico (como o alecrim, a maçã, a alfazema, etc.) devem evitar o ácido ursólico para prevenir reacções alérgicas.
Gravidez e aleitamento: não existem provas suficientes sobre a segurança do ácido ursólico durante a gravidez e o aleitamento. Por isso, recomenda-se que evites a sua utilização nestas fases.
Doença hepática e renal: As pessoas com doença hepática ou renal devem ter cuidado ao utilizar ácido ursólico, devido à falta de provas conclusivas sobre a sua segurança a longo prazo.
Possível combinação com outros suplementos
Antioxidantes: O ácido ursólico tem propriedades antioxidantes, pelo que pode ser seguro e potencialmente benéfico combiná-lo com outros antioxidantes, como a vitamina C, a vitamina E e o resveratrol. No entanto, deves ter cuidado para não exceder as doses recomendadas para evitar efeitos adversos da sobrecarga de antioxidantes.
Suplementos anti-inflamatórios: podem ser combinados com outros suplementos anti-inflamatórios, como a curcuma (curcumina) e os ácidos gordos ómega 3, para aumentar os efeitos anti-inflamatórios.
Medicamentos e outros suplementos que afectam o metabolismo: Uma vez que o ácido ursólico pode afetar a sensibilidade à insulina e o metabolismo, deve ser utilizado com precaução em combinação com outros suplementos ou medicamentos que tenham efeitos semelhantes, como a metformina ou suplementos para perda de peso.
Pontos-chave
O ácido ursólico é um composto natural (triterpenóide) que se encontra na pele de muitas frutas e ervas, como a maçã, o alecrim e a alfazema.
As principais fontes alimentares de ácido ursólico encontram-se nas maçãs (pele), peras, mirtilos, alecrim, alfazema e manjericão, entre outros.
Apresenta numerosos benefícios, nomeadamente efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e anticancerígenos, bem como o seu potencial para melhorar a composição corporal.
A dose mais comum recomendada é de 300-450 mg por dia (repartidos por 2-3 vezes por dia, tomados às refeições).
A sua suplementação está disponível em diferentes formatos, como cápsulas, pó, extrato líquido ou fórmulas combinadas.
Pode ser interessante para promover a perda de gordura corporal, devido ao seu efeito inibidor na formação de novas células adiposas, o que a torna útil no controlo do peso e da obesidade.
A sua utilização é considerada segura, mas, como qualquer suplemento, não está isenta de contra-indicações ou interações que devem ser consideradas antes da utilização.
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